Diante da epidemia, cuidemos do nosso bem viver…

Em tempo de Coronavírus e isolamento social, milhões de crianças e jovens deixaram suas escolas e estão dentro de suas casas, tendo de lidar com uma rotina nunca vivenciada. Como as famílias podem encarar esse novo paradigma que nos tirou da zona de conforto e, nos levou ao distanciamento social e a educação para o espaço totalmente digital?
Diante dessa panorama atual, estamos lutando contra o tempo, aprendendo juntos a combater a disseminação do vírus e, mais do que nunca, nossas competências socioemocionais estão sendo colocadas à prova nesse contexto de crise. Para lidar com insegurança, ansiedade, medo, isolamento, mudança de rotinas e indefinições é preciso ter empatia, resiliência, foco, responsabilidade, cuidado consigo e com o outro, entre outras competências.
O cuidado é importante porque as crianças estão em processo de construção de identidade. Elas precisam ter assegurado a perspectiva de futuro. Saber que a pandemia vai passar, que voltarão à escola, à casa dos avós, ao clube, que vão se reconectar. É preciso falar sobre isso com as crianças.
A proposta é auxiliar, por meio da escuta e do acolhimento, na prevenção e minimização de estresse, ansiedade e outros estados emocionais que podem impactar o desenvolvimento pessoal. Para tanto, precisamos estar bem de corpo e espírito, gerenciar nossas emoções e utilizarmos a nossa inteligência emocional enfrentando essas situações adversas de maneira criativa e versátil. Para tanto, seguem algumas dicas:
- Manter a rotina: ela é estruturante, funciona como um dos alicerces do desenvolvimento. A quebra abrupta da rotina tem impacto na percepção de segurança, sobretudo em um cenário de incerteza quanto ao futuro. Por isso é importante preservar os hábitos dos dias normais ─ hora de acordar, fazer as refeições e dormir; realizar atividades educativas e recreativas, por exemplo.
- Fazer conexões: devido ao isolamento social, é muito importante manter a conexão por meio de chamadas de vídeo com pessoas queridas, que fazem parte do dia a dia das crianças, desde a babá até os avós, passando por padrinhos, amiguinhos e outras.
- Observar sinais de alerta: pais e outros responsáveis devem estar atentos a sinais como ansiedade, irritabilidade, falta de sono ou sonolência, excesso ou falta de apetite, por exemplo.
- Estabelecer limites: não cair na armadilha do “pode tudo” como forma de compensação.
- Filtrar e dosar as informações: é preciso leveza nas conversas e explicações sobre a situação, e sempre agir com foco nas perspectivas de futuro, com otimismo e crença de que esse momento vai passar.
- Abrir espaço para o diálogo: estimular a conversa e responder dúvidas dentro do limite de compreensão da criança. “Nem tudo é ruim”. Estamos descobrindo outra forma de viver, conviver, aprender. E estamos aprendendo a lidar com novos sentimentos. De certa forma, ficando mais próximos, mais íntimos e solidários, apesar da distância física.
- Nesse processo, as aulas virtuais também são grandes aliadas, com impacto que vai muito além do aprendizado do conteúdo curricular. “Se conectar com o professor ainda que virtualmente, é resgatar uma parte do elo aberto pela quebra da rotina”
Para tanto, precisamos estar bem de corpo e espírito, gerenciar nossas emoções e utilizarmos a nossa inteligência emocional enfrentando essas situações adversas de maneira criativa e construtiva. As habilidades socioemocionais nos auxiliam nessa tarefa permitindo-nos gerenciar nossas próprias emoções enfrentando os desafios com resiliência e desenvolvendo atitudes que favorecem um bom relacionamento conosco e com os outros.